Nosso início na CULC
A CULC nasceu de meu inconformismo com os modelos de gestão de pessoas com práticas analógicas. Nos anos que antecederam a pandemia, atendi na Oakian, minha primeira empresa, por mais de 20 anos, clientes players com gestão pouco ágil e com alto consumo de papel para instruir programas de RH (manuais, relatórios, apostilas, livros comemorativos, cartazes, adesivação indoor, etc) e pouco insumo de analíticos para mapear o comportamento da gestão de pessoas. Sim, isso mudou (um pouco).
E, ao mesmo tempo, eu observava o nascer de um movimento incipiente, porém sem volta: redes sociais profissionais, marcas pessoais influenciadoras. Decidi por um sabático. Voucher/tickets e mochila nas costas para participar do Web Summit, em Lisboa, Portugal. Fui uma das primeiras empresárias brasileiras a integrar este evento global, em 2016.
Nesta arena tech com mais de 50 países e 50 mil participantes, percebi que o futuro teria um novo patamar de inteligência no trabalho com IA (inteligência artificial).
Fiquei em trânsito Brasil-Portugal entre 2016-2019, participando das edições do Web Summit, buscando um novo modelo de negócio. A referência foi o escalável ecossistema de startup europeu. No início de 2020, voltava de Portugal em meio ao início da pandemia. Período complexo, mas essencial para ter tempo e silêncios para desenhar uma empresa de dados com foco em gestão de pessoas. Assim, fundei a startup CULC Inc. Tecnologia e, com ela, a CULC, nosso software de cultura digital. Hoje, somos dois sócios à frente do negócio, eu e o Joel Nunes Vital (COO).
EA – Qual o impacto da chegada da CULC no mercado HR Tech?
Stefarss Chegamos a mercado neste inicio de 2024. Somos mais de 520 HR Techs brasileiras evangelizando empresas: promover o uso de soluções tech que digitalizam e medem modelos de gestão de pessoas. O que particularmente me movimenta em propósito na CULC: democratizar a oferta de Cultura para empresas de todos os portes, modelos e segmentos de atuação.
EA – CULC é software de Cultura?
Stefarss CULC é a plataforma de trabalho digital com jornada de Cultura. Com ela, contribuímos para ressignificar o jeito de se trabalhar. Para o RH, considero que somos mais que software, somos um ativo inovador: Cultura Digital. A CULC redimensiona o trabalho online. Recupera comportamentos da cultura que se perderam com o home office: a integração para engajar times. Em suma, um novo jeito de ser. Cultura com pertencimento participativo.
“Como empresa de dados, a CULC mede este novo modelo organizacional: as práticas de comportamento de trabalho digital.”
EA – Como uma solução tecnológica pode reforçar um clima organizacional mais acolhedor?
Stefarss A CULC foi concebida para ser um ‘cadeirão de halloween’ para colaboradores, líderes e gestores de RH. Ambiente de trabalho digital em que consideramos os colaboradores como “decision-making partners” do RH (parceiros decisores). A jornada de Cultura sendo modificada pela experiência do colaborador, o que vai nutrindo o jeito de ser da empresa, nada mais estático, uma gestão de pessoas mais fluída, flexível.
EA – Um software pode ser um bom ambiente para a interação humana?
Stefarss Sim, pode. Na CULC, o engajamento colaborativo se faz na adesão aos conteúdos organizacionais publicados pelo admin RH ou por colaboradores. A jornada de Cultura e a jornada do Colaborador promovem aprendizagens lifelong learning. Consumo de conteúdos que nutrem o jeito de ser daquela cultura. O negócio e seus mercados, produtos, pesquisas, a sua gente, suas skills, a evolução de carreiras, notícias que viram ritos, celebrações, mérito e reconhecimento.
“Na CULC, o colaborador pode consumir, escolher e comprar conhecimento por meio de soluções de parceiros b2b, bem como ter acesso a nossa plataforma de cashback.”
EA – Explique este contexto CULC: o colaborador como decisor do seu trabalho.
Stefarss Essa autonomia participativa do colaborador na plataforma faz com que a cultura da empresa seja mais acolhedora como já dissemos. Jornada experimental e expansiva nesta condição aprender-ensinar. Um software de trabalho que impacta em skills nessa tríade: autonomia, autogestão e autodesenvolvimento.
EA – Colaborador e RH juntos construindo com igual valor a Cultura?
Stefarss Sim. CULC é experiência de trabalho participativo, os usuários podem curtir, opiniar, colaborar com publicações e, desta forma, considero que temos uma cultura muito mais autêntica no sentido da aprendizagem Colaborador-RH. Novas práticas organizacionais colaborativas.
“As features da CULC colocam o colaborador como decisor na construção da Cultura Digital”.
EA – HR Techs de gestão de talentos podem transformar empresas num ambiente que acolhe talentos PCDs, 50+ e outras singularidades?
Stefarss Sim, este é o papel mais desafiador das HR Techs de Recrutamento e Seleção. Por isso, penso que HR Techs tem um potencial enorme de cooperação entre si. Na CULC, HR Tech de Cultura, temos na jornada do Colaborador, a ativação individual de skills soft e hard. Então quanto mais singular for o time, mais interessante será o mapeamento do trabalho digital. E nisso, esses dois perfis de HR Tech – R&S e Cultura, impactando os modelos de programas de gestão de pessoas.
EA – Como uma HR Tech auxilia o RH com feedbacks específicos, sinceros, rápidos e objetivos?
Stefarss Bem simples isso na CULC. Basta o colaborador expressar sua opinião sobre cada funcionalidade e seus conteúdos, dar seus feedbacks on demand. Vou citar um exemplo prático da trilha de Cultura. Ela é o ambiente da plataforma em que a empresa publica seus programas de RH. Nesta jornada, a participação do colaborador na CULC não se limita apenas a conhecer e consumir este ou aquele conteúdo, mas especialmente, registrar seu feedback: gostou, não gostou e até comentar. Então pense no impacto disso para a melhoria do RH. No mapeamento coletivo de dados, se observar que o time não gostou por exemplo, do programa de Liderança da empresa.
EA – Quais os problemas para RHs que se recusam a se digitalizar?
Stefarss Elas não se recusam, querem dados. Se adaptam a um novo cenário e cada empresa, tem seu tempo em maturidade de respostas. Mas não digitalizar, isso significa perdas. Perda de agilidade nas respostas gerenciais, perda de competitividade nas entregas, perda de interesse dos colaboradores na marca (o turnover ficou alto e complexo para as empresas interpretarem ele agora). Mas o maior impacto de perdas está na não digitalização. Pense em processos digitalizados sem consistência de análise de dados, em que nada integra, cruza com nada. É muito comum hoje a aquisição de ferramentas que não se integram a nada no contexto da gestão de processos e de pessoas.
“CULC nasceu como hub integrador, a partir de diagnóstico e em camadas, conseguimos integrar ferramentas do RH em nosso software.”
EA – O propósito das EdTechs e das HR Techs, existe complementaridade nesses modelos de negócios?
Stefarss Sim, muito. As EdTechs estão impactando profundamente os modelos de treinamento e capacitação nas empresas. Eu diria que as EdTechs são as novas universidades corporativas, muito mais interessantes em termos de modelagem intuitiva em aprendizagens. Da mesma forma que as HR Techs promovem novos modelos de recrutamento, seleção, integração, benefícios, aplicação de pesquisas e engajamento de cultura participativa, como a CULC. Deu match nisso.
“Ambos modelos, HR Techs e EdTechs levam o colaborador para outro patamar de evolução de carreira.”
EA – Tivemos um cenário bastante desafiador com a adaptação do trabalho em casa. Como a CULC pode ajudar, não só colaboradores, mas todo o seu contexto familiar ao longo da jornada de trabalho?
Stefarss A CULC nasceu para apoiar o home office e o trabalho híbrido, ser um ambiente de trabalho digital com experiências inovadoras de pertencimento e condutas de autogestão. Eu diria que contribuímos para a melhoria gerencial da própria jornada de trabalho, que no home office, sabemos, ficou um tanto quanto caótica, tudo junto e misturado. Sem falar na perda do valor da Cultura e das lideranças.
EA – Pretendem expandir a CULC para ambientes acadêmicos como ETEC’s, FATEC’s, faculdades e universidades?
Stefarss A CULC é solução para o mercado de trabalho como um todo, não apenas para o corporativo. Então, pense assim, se a faculdade/universidade tem seu RH, busca por estabelecer e manter uma cultura forte, então a CULC é uma solução de excelência para este nicho de mercado, instituições de ensino, sejam elas analógicas ou EdTechs.
EA – Qual o impacto de uma HR Tech como a CULC no ambiente de trabalho, entre os colaboradores?
Stefarss Propor ao colaborador ser ele o condutor de uma cultura digital e participativa. Isso gera melhorias em suas habilidades em colaborar, uma nova forma de se trabalhar, sabe? Neste ambiente de trabalho ele pode contribuir, ganhando protagonismo e autonomia, errando ou acertando em criticidades ao avaliar, por exemplo, um conteúdo de uma feature da plataforma. A lógica do testar-aprender é o princípio da aprendizagem do futuro do trabalho.
EA – Quais as principais mudanças no ambiente organizacional depois da pandemia?
Stefarss A necessidade urgente na revisão de todas as (muitas) práticas de modelos organizacionais instruídos por programas, atividades e agendas na gestão de pessoas. Modelos premiados no passado recente, como o de liderança, de benefícios, de universidades corporativas, tiverem um impacto profundo de perda de competências no contexto do trabalho home office.
EA – Quais as mudanças no perfil dos colaboradores desde a pandemia? E o que as empresas fazem para se adaptar?
Stefarss Depois da adequação do trabalho online, as pessoas criaram sua própria gestão de trabalho, tanto que o modelo home office permaneceu com o modelo presencial, gerando o híbrido. O trabalho home office criou autonomia nunca antes imaginada por um trabalhador. Impactou muito essa adaptabilidade do profissional, por exemplo, nos contextos de bem-estar, da saúde mental, há contradições é claro, mas nunca antes se viu índices de turnover tão expressivos, sendo um dos fatores principais, as empresas retomarem o modelo presencial, a revelia do que deseja a maioria dos seus colaboradores.
“A pandemia trouxe o home office, que trouxe essa visão de integração do mundo pessoal com o mundo profissional, ninguém mais quer perder esse bem-estar”.
EA – Como utilizar a tecnologia de forma mais humanizada para acolher colaboradores?
Stefarss A CULC é uma solução “tech people”, proposta de cultura digital mais contemporânea, mais expressiva em pertencimento participativo. Penso que toda ferramenta que permita nela a conexão real do colaborador, será mais humanizada, despertará mais a curiosidade, por ser um jeito de trabalho mais experimental.
“Hoje um profissional deseja ser acolhido na empresa por experiências do trabalho e não apenas por jornada de trabalho.”
EA – Como a CULC pode trabalhar na retenção de talentos para as empresas?
Stefarss Nutrindo na jornada do Colaborador, uma cultura participativa, sincera e autêntica. Estando ao lado do RH, promovendo feedbacks a partir da usabilidade das funcionalidades. Com isso, com dados, a empresa terá como rever, melhorar seus processos de gestão de pessoas e, ao mesmo tempo, valorizar a escala de gestão participativa do principal ativo da empresa: os colaboradores.
EA – A CULC é empresa de impacto social, mas de forma prática, o que significa isso?
Stefarss Sim, nossa startup cumpre 5 dos 17 objetivos ODS/ONU. Impactamos o mercado PME. Oferecemos na CULC, dois perfis de contas gratuitas por tempo indeterminado – PME e PME Canvas. CULC é solução social para CNPJ com até 10 colaboradores. O que diferencia as duas contas free: a conta PME Canvas é ativada com a aquisição da metodologia CULC, que em curto período, 4 ciclos de 5 dias, gera a Cultura da Marca. Uma PME Canvas terá sua cultura, seu jeito de ser.
Sabemos do ineditismo disso, pois até ontem, cultura organizacional era rito de investimento possível apenas para médias e grandes empresas e põe nisso, um longo tempo de gestação deste propósito.